O que é o Espiritismo?
"Doutrina espírita, Espiritismo ou Kardecismo,é a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, usando o pseudônimo Allan Kardec. Esta é baseada em cinco obras básicas, escritas por ele, através da observação de fenômenos que o mesmo atribuía a manifestações de inteligências incorpóreas ou imateriais, denominadas espíritos.
A codificação espírita está presente em:
O Livro dos Espíritos,
O Livro dos Médiuns,
O Evangelho segundo o Espiritismo,
O Céu e o Inferno
e A Gênese.
[...] Também é compreendido como uma doutrina de cunho científico-filosófico-religioso voltada para o aperfeiçoamento moral do homem. [...]"
(Vide resumo da Wikipédia)
Segundo Allan Kardec, em "O Livro Dos Espíritos", na Introdução ao Estudo da Doutrina espírita, item VI – Resumo da Doutrina dos Espíritos:
"Os seres que se manifestam designam-se a si mesmos, como dissemos pelo nome de Espíritos ou Gênios, e dizem, alguns pelo menos, que viveram como homens na Terra. Constituem o mundo espiritual, como nós constituímos durante a nossa vida, o mundo corporal. Resumimos em poucas palavras os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente responder a certas objeções:
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
“Criou o Universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.
“Os
seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres
imateriais o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
“O mundo corporal é secundário; pode deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.
“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível e sua destruição pela morte os devolve à liberdade.
“Entre
as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie
humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de
desenvolvimento, o que lhes dá superioridade moral e intelectual perante
as demais.
“A alma é um Espírito encarnado e o corpo é apenas o seu invólucro.
“Há no
homem três coisas: l.”) O corpo ou ser material, semelhante ao dos
animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2.-) A alma ou ser
imaterial, espírito encarnado no corpo; 3.») o liame que une a alma ao
corpo, principio intermediário entre a matéria e o Espírito.
“O homem
tem, assim, duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos
animais, dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza
dos Espíritos.
“O liame ou perispirito
que une corpo e Espírito é uma espécie de invólucro semimaterial. A
morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o
segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no
seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível e
mesmo tangível, como se verifica nos fenômenos de aparição.
“O
Espírito não é, portanto, um ser abstraio, indefinido, que só o
pensamento pode conceber. É um ser real, definido, que em certos casos
pode ser apreciado pelos nossos sentidos da vista, da audição e do tato.
“Os
Espíritos pertencem a diferentes classes, não sendo iguais em poder nem
inteligência, saber ou moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos
Superiores que se distinguem pela perfeição, pêlos conhecimentos e pela
proximidade de Deus, a pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os
anjos ou Espíritos puros. As demais classes se distanciam mais e mais
dessa perfeição. Os das classes inferiores são inclinados às nossas
paixões: o ódio, a inveja, o ciúme o orgulho etc., e se comprazem no
mal. Nesse número há os que não são nem muito bons, nem muito maus;
antes perturbadores e intrigantes do que maus; a malícia e a
inconseqüência parecem ser as suas características: são os Espíritos
estouvados ou levianos.
“Os
Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos melhoram,
passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse
melhoramento se verifica pela encarnação, que a uns é imposta como uma
expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova a que devem
submeter-se repetidas vezes até atingirem a perfeição absoluta; é uma
espécie de peneira ou depurador de que eles saem mais ou menos
purificados.
“Deixando
o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído para
reiniciar uma nova experiência material após um lapso de tempo mais ou
menos longo durante o qual permanecerá no estado de Espírito errante(1)
“Devendo
o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós
tivemos muitas existências e que teremos ainda outras mais ou menos
aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.
“A
encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro
acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo de animal.
“As
diferentes existências corporais do espírito são sempre progressivas e
jamais retrógradas, mas a rapidez do progresso depende dos esforços que
fazemos para chegar a perfeição.
“As
qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim, o homem de bem é
a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso, a de um Espírito
impuro.
“A alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a separação do corpo.
“No seu
regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos os que
conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores se delineiam na
sua memória, com a recordação de todo o bem e todo o mal que tenha
feito.
“O
Espírito encarnado está sob influência da matéria. O homem que supera
essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se
dos bons espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa
dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos
apetites grosseiros aproxima-se dos Espíritos impuros, dando
preferência à natureza animal. Os Espíritos encarnados habitam os
diferentes globos do Universo.
“Os Espíritos
não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou
circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos
e acotovelando-nos sem cessar. É toda uma população invisível que se
agita em nosso redor.
“Os
Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma
ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem
uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos
até agora inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução
racional.
“As
relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos
nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a
suportá-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é
para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado.
“As
comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que eles
exercem sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir
as más e boas inspirações. As comunicações ostensivas realizam-se por
meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, na
maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.
“Os
Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. Podemos evocar
todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros e os dos
personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que tenham
vivido; os de nossos parentes, de nossos amigos ou inimigos, e deles
obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações
sobre a situação em que se acham no espaço, seus pensamentos a nosso
respeito, assim como as revelações que tenham a permissão de fazer-nos.
“Os
Espíritos são atraídos na razão de sua simpatia pela natureza moral do
meio que os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias em
que predominam o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de
melhoria. Sua presença afasta os Espíritos inferiores, que encontram, ao
contrário, livre acesso e podem agir com inteira liberdade entre as
pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade, e por toda parte
onde encontrem maus instintos. Longe de obtermos bons conselhos e
informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos esperar do que
futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois
freqüentemente se servem de nomes veneráveis para melhor nos induzirem
ao erro.
“Distinguir
os bons e os maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos
Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta
moralidade, livre de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a
mais pura sabedoria e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da
Humanidade. A dos Espíritos inferiores é inconseqüente, quase sempre
banal e mesmo grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras,
dizem com mais freqüência falsidades e absurdos, por malícia ou
ignorância; zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os
interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e embalando-lhes os desejos com
falsas esperanças. Em resumo as comunicações sérias, na perfeita acepção
do termo, não se verificam senão nos centros senos, cujos membros estão
unidos por uma íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.
“A moral
dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo nesta máxima
evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam ,
ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a
regra universal de conduta, mesmo para as menores ações.
“Eles
nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos
aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que,
desde este mundo, se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades
mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza
espiritual; que cada um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades
e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e
o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco porque aquele que abusa da
sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de
Deus. Eles ensinam enfim que no mundo dos Espíritos nada pode estar
escondido: o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas
reveladas; a presença inevitável e incessante daqueles que prejudicamos é
um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de inferioridade e
de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são
desconhecidas na Terra
“Mas
eles nos ensinam também que não há faltas irremissíveis que não possam
ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário nas
diferentes existências que lhe permitem avançar, na via do progresso em
direção à perfeição que é o seu objetivo final.”
Este é o resumo da Doutrina Espírita, como ela aparece no ensinamento dos Espíritos superiores."Talvez seja difícil compreender tantos novos conceitos em um primeiro momento, por isso é necessário o estudo do Espiritismo através de suas obras básicas. E é a isto que este blog se propõe, a ser ponto de encontro de todos esses temas contidos na Doutrina Espírita.
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