Tríplice aspecto da Doutrina Espírita

A doutrina espírita compreende três diferentes aspectos, que se complementam entre si: ciência, religião e filosofia.

Por muito tempo pensou-se que a ciência e a religião fossem coisas opostas. Mas o espiritismo vem unir os dois lados de uma mesma moeda.

- O espiritismo se apresenta com o aspecto científico, quando prova a existência do mundo espiritual e o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo sutil.

Não só os pesquisadores da época conseguiram essa comprovação (como descrito no Livro dos Espíritos), como hoje em dia pode ser visto em programas do tipo "Atividade Paranormal", do canal Discovery e outros, onde pesquisadores invadem casas mal-assombradas munidos das mais variadas parafernálias tecnológias, e conseguem não só gravar sons, como também medir alterações energéticas e magnéticas.

Com o auxílio da tecnologia, as provas são cada vez mais visíveis.

- O espiritismo se apresenta com o aspecto filosófico, quando nos traz as respostas para nossas dúvidas, todas em coerência com a razão.

Não é suficiente dizer que é assim porque é. É necessário que as respostas passem pelo crivo da razão e sejam aceitas. E assim o espiritismo propõe a fé raciocinada, fundamentada na lógica e na razão: acreditar por saber que é assim. Diferente da fé cega, onde se acredita porque tem que acreditar.

- E o espiritismo se apresenta com o aspecto religioso, quando traz o objetivo de religar o homem com Deus, baseado na restauração do evangelho de Jesus.

Após o enfraquecimento do Cristianismo, o espiritismo levanta novamente a bandeira da Moral evangélico-Cristã, vindo a esclarecer os ensinamentos de Jesus, que são repletos de parábolas e adaptados à sociedade e mentalidade da época em que esteve encarnado.

E assim, baseado nos ensinamentos Cristãos, edifica o homem, fortalece sua fé, enobrece a sua moral, aniquila seus defeitos e o religa com o Criador através da prática da caridade e do amor ao próximo.

Mas o espiritismo não pode ser considerado uma religião propriamente dita. Pois não há nenhuma igreja ou templo, nem ritos, nem dogmas, nem sacerdotes e hierarquia sacerdotal, nem qualquer tipo de culto exterior.

Baseia-se fundamentalmente na reforma íntima (ou reforma moral), que é em poucas palavras, o cultivo das virtudes e a eliminação dos defeitos morais. Possui terapias de apoio, como palestras, passes, e trabalho mediúnico. Mas sem a reforma moral, nenhum trabalho exterior tem valor. O orgulho e o egoísmo destroem qualquer mérito proveniente das boas ações.

O espiritismo veio no contexto do século XIX, renovando a crença em Deus e trazendo as explicações para aquelas dúvidas que nunca foram antes respondidas. Esse tríplice aspecto o fortalece e o solidifica.

A Doutrina Espírita é o consolador prometido por Jesus, que vem a acalmar os corações e relembrar e esclarecer os ensinamentos Cristãos.

“Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não     é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.”

(Revista Espírita, dez. 1868, O Espiritismo é uma religião?)

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