Transformação moral - O jardim da alma

Nós, em nossa transformação moral, comparamo-nos a um fazendeiro que põe-se a plantar.

O primeiro trabalho do fazendeiro é o de trabalhar a terra, removendo as ervas daninhas que tomam conta e revirando o solo a fim de amaciar-lhe, pois o solo duro dificulta o cultivo. Deposita também o adubo que torna mais propícia a germinação.

Uma vez que a terra está preparada, o fazendeiro necessita depositar as sementes uma a uma, até que toda a extensão de terra receba as sementes.

Aí então inicia-se um trabalho lento, gradual e contínuo de cuidados diários, regando os brotos que calmamente germinam.

É necessário estar sempre atento, pois conforme as plantinhas crescem, também tentam crescer junto à elas algumas ervas daninhas, as quais o fazendeiro cuidadoso sempre remove, antes que cresçam e sufoquem as jovens plantinhas.

Também não pode-se descuidar das pragas que eventualmente aparecem. O hábil fazendeiro não pode permitir que elas se estabeleçam e devorem toda a plantação.

Assim, após alguns meses de longa espera, repleta de cuidados diários, muita atenção e muita dedicação, o fazendeiro vê o resultado de seu trabalho: uma belíssima plantação, repleta de plantas fortes e vigorosas, carregadas de flores e frutos. É este então o feliz momento de colher os frutos de seu trabalho.

E da mesma forma procede-se conosco em nossa transformação moral:

O nosso primeiro trabalho é o de amaciar os nossos corações, pois um coração duro é impenetrável a tudo aquilo que é bom. Precisamos também remover os nossos vícios e falhas morais, os mais graves primeiro, (assim como as mágoas e os ressentimentos) e adubar o nosso coração com a fé e a força de vontade, tornando assim o terreno mais favorável às virtudes.

Uma vez que o coração está preparado, precisamos colocar as sementes das virtudes, através de vários atos de bondade, humildade, desapego, etc, até que o coração esteja repleto dessas sementes. Precisamos estar cientes que leva-se algum tempo até que isso esteja concluído.

Começa então o trabalho lento, gradual e contínuo de cuidados diários, regando as virtudes que calmamente vão crescendo em nosso coração.

É necessário estarmos sempre atentos, pois conforme as virtudes vão crescendo, também tentam crescer junto a elas algumas falhas morais e vícios, as quais devemos cuidadosamente sempre remover, antes que elas cresçam e sufoquem as jovens virtudes.

Também não podemos descuidar das influências externas negativas que eventualmente aparecem. Não podemos permitir que elas se estabeleçam e minem todo o trabalho já realizado.

Assim, após muitas décadas de constante evolução, repletas de cuidados diários, muita atenção e muita dedicação, colheremos os resultados de nosso trabalho: seremos então mais esclarecidos, repletos de virtudes e de amor, vivendo em uma felicidade tão grande que jamais pensamos existir. Finalmente alcançamos a plena paz de espírito e a felicidade que não se abala nem com os mais difíceis momentos. E é isso que faz todo o esforço valer à pena.

Todos nós podemos (e devemos) começar a trabalhar o nosso coração agora mesmo. Todos somos igualmente capazes de conseguir. Todos temos as potencialidades adormecidas dentro de nós. Isso tudo não se processa do dia para a noite, mas sim ao longo de toda uma vida (senão mais de uma).

Encontraremos muito trabalho pela frente, mas no final, com certeza valerá à pena.

Toda grande caminhada começa com o primeiro passo. E todos os dias temos uma nova oportunidade de deixar o passado para trás e iniciarmos um novo começo em nossas vidas.




Comentários

Postar um comentário

Deixe seu comentário acerca do post acima.

Posts mais visitados

O óbolo da viúva - a verdadeira caridade

Benefícios pagos com a ingratidão

A felicidade que a prece proporciona

10 coisas que aprendi com o Espiritismo

Convidar aos pobres e estropiados

Provas voluntárias e a verdadeira penitência

O perdão e a indulgência

Os tormentos voluntários

Pecado por pensamentos

Todo mundo erra! - Deixar o passado para trás!