Cada um dá o que tem - Aceitar o próximo como ele é

 Olá amados leitores. Hoje lhes trago um assunto do qual tenho trabalhado muito em mim mesmo, e penso que possa ser útil a todos vocês também.


Durante a nossa jornada de mudança interior, vamos aprendendo a importância do desenvolvimento de nossas virtudes, e da eliminação das nossas falhas morais.

Vamos aprendendo que a nossa forma de sentir, pensar e agir deve estar sempre em sintonia, e de acordo com o caminho de evolução que desejamos trilhar, agindo com integridade na nossa decisão de mudança interior.

Aprendemos que é o destino e missão de todos os espíritos, encarnados e desencarnados, de se tornarem seres melhores. E de quanto mais se melhoram, embora que muito lentamente, mais se aproximam da fonte criadora que é Deus. Disso resulta que quanto mais progredimos, mais experimentamos a paz interior, a clareza mental, e a sensação de amor que preenche o nosso ser.

Uma parte muito importante desta caminhada, é aprender a amar. Em primeira instância, aprender a amar o próximo, ou seja, aqueles que nos rodeiam. Em segunda instância, aprender a amar a todos, sem condições nem restrições. Amar até aqueles que nos prejudicam e nos fazem o mal, ou seja, amar incondicionalmente.

Acontece que embora na teoria seja tudo muito simples, sabemos que a prática exige de nós um grande comprometimento, a fim de não desistirmos frente aos obstáculos.

O fato de vivermos em sociedade, nos coloca no cenário onde ao mesmo tempo temos todos os elementos que podem nos fazer desistir, mas também temos todos os elementos necessários para o nosso aprendizado. E que por coincidência, são os mesmos: as pessoas, as eventos da vida, as consequências de nossas escolhas, etc.

Poderíamos simplesmente decidir nos isolarmos nas montanhas e lá buscar nossa evolução, mas estaríamos apenas encontrando a parte teórica, e não a prática. Sem a vida em sociedade, não teríamos como ser testados a ferro e fogo em nossa mudança interior e em nossa convicção de nos tornarmos pessoas melhores.

E estar em sociedade gera um grande contraste.

Pois se por um lado, estamos nos esforçando, mesmo com nossos erros e acertos, para nos tornarmos pessoas melhores, a grande maioria das pessoas não está nem um pouco comprometida com este mesmo ideal.

Pelo contrário, parece que algumas pessoas estão comprometidas a se tornarem pessoas piores, e não melhores. Não é à toa que hoje em dia é considerado "descolado" ser um apreciador do caos. Algumas pessoas parecem fazer de tudo para irritar e perturbar aos outros, agindo sem qualquer consideração para com o próximo. Agindo puramente para satisfazer os seus interesses, e pouco se importando para com os demais.

 

E como nós lidamos com isso?

Para começar, precisamos entender que a maioria das pessoas não quer mudar, seja por não achar importante, ou mesmo por achar que não precisa. Ou alguns até sabem que é importante e que precisam mudar, mas "é muito trabalho", e acabam por ficar na mesma estagnação.

Também precisamos lembrar que quem se comprometeu em desenvolver as virtudes fomos nós, e não eles. Não temos controle algum sobre como as pessoas vão agir, mas devemos ter total controle e responsabilidade sobre os nossos pensamentos e ações.

E por fim, termos consciência de que cada um dá aquilo que tem. Por pior que seja, cada um só dá o melhor de si, e que muitas vezes esse melhor de si pode ser algo muito abaixo do que poderíamos imaginar.

Não sabemos sobre a jornada das outras pessoas. Não sabemos o que elas passaram, o que elas estão passando. Quais os seus desafios diários. Quais os acontecimentos e elementos de suas vidas que as moldaram nas pessoas que são hoje. Talvez aquele vizinho rabugento, nunca tenha vivido em um lar amoroso e aprendido a amar. Talvez aquela pessoa que age sem consideração para com o próximo, nunca tenha tido ninguém para lhe educar e lhe ensinar a viver em sociedade. Talvez aquela pessoa que faz as maiores imprudências no trânsito, possa estar correndo para o hospital onde um ente querido se encontra em situação crítica.

De qualquer maneira, não nos cabe avaliar e julgar ao próximo. A nossa responsabilidade é com a nossa evolução, e não a deles. 

Como sempre diz um grande mestre e amigo (que muito já puxou minhas orelhas): "Preocupe-se com a sua evolução!".

 

Mas então, no meio de tudo isso, como viver em sociedade?

De maneira muito simples (no entendimento) e muito difícil (na prática), precisamos aprender a aceitar o próximo como ele realmente é. Ou seja, sem idealizações, sem julgamentos, sem expectativas. Entendendo que aquilo que o outro está apresentando é o que ele tem para dar, entendendo que o outro dificilmente está comprometido com o caminho da mudança interior e entendendo que quem está comprometido com o caminho das virtudes somos nós, e não o próximo.

Fazer o bem sem esperar nada em troca. Perdoar as ofensas. Pagar o mal com o bem. Amar ao próximo como a si mesmo. Parece algo que já estudamos, não é mesmo?

Aceitar ao próximo como ele é, torna-se um pilar essencial para podermos amar a todos incondicionalmente. Como vou amar ao próximo como a mim mesmo, se não consigo aceitar ao próximo como ele é?

Claro que para atingirmos este patamar, muitas outras virtudes serão necessárias, tais como: a paciência, o perdão, a humildade, a indulgência, a benevolência, a caridade, a mansuetude e, claro, o amor.


Conclusão:

Que fique claro, a evolução não dá saltos, e jamais poderíamos dormir hoje odiando ao próximo e acordar amanhã amando ao próximo. É necessário todo um processo de construção, como se cada virtude fosse um pilar, para o "edifício do amor" que será construído. Amar incondicionalmente será, então, a cobertura deste edifício.

Se faz necessário desenvolvermos e fortalecermos cada um dos pilares, ou seja, cada uma das virtudes base para que este edifício do amor seja firme, sólido, impecável.

Mas desde já, podemos fazer a nossa parte em tentar compreender ao outro, em agir com indulgência frente às suas falhas, da mesma forma que nós necessitamos que os outros tenham indulgência para com os nossos erros.

 

Afinal de contas, SABER qual é o caminho do bem e AGIR no caminho do bem são coisas distintas, que nem sempre andam juntas. Mas esse é um assunto para o nosso próximo post!


Que possa este texto servir de esclarecimento e auxílio para todos vocês, amados leitores, e estejam sempre à vontade para comentar o tema e enviar o post para seus amigos que também sejam estudantes desta maravilhosa doutrina.


Um grande abraço e estejam sempre em paz!!!


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