Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará


"Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.

Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI, nº 291 e seguintes.)

Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho. Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 3 a 5.)
"

Deus fornece a todos nós os meios para que possamos realizar os nossos objetivos. Porém, como enfatizou Jesus, Deus não dá o peixe, mas ensina a pescar.

Que mérito teríamos se Deus nos desse tudo de mão beijada? Que seríamos senão preguiçosos mimados? Quem se motivaria ao suor do labor diário, se já ganhasse tudo o que deseja? Não passaríamos de enfeites no mundo em vez de membros ativos da criação.

Por outro lado, seria Deus infinitamente bom e justo se nos deixasse entregues à própria sorte? Se assistisse impassível aos nossos lamentos e preces, sem oferecer nenhum auxílio? Certamente que não.

É por isso que Deus nos auxilia fornecendo as ferramentas para o trabalho, porém quem deve realizar o trabalho somos nós. Deus provê todos os recursos necessários, e se nós soubermos utilizar estes recursos para trabalhar com dedicação e perseverança, certamente atingiremos qualquer resultado.

Portanto, lembremos de pedir ao Pai não o resultado do trabalho, mas as oportunidades de trabalhar. Não as idéias necessárias para o nosso sucesso, mas a clareza de pensamento para que possamos alcançá-las através do nosso próprio raciocínio. Em suma: peçamos as ferramentas, e elas nos serão dadas.

E assim, amados irmãos, se fazemos nossa parte com dedicação, com boa vontade, com amor e com perseverança, Deus age como o nosso sócio que "patrocina" o nosso trabalho, provendo os recursos e as ferramentas. Nesta união de Pai e filho, seremos capazes de atingir qualquer objetivo, tanto da perspectiva do mundo material, quanto da perspectiva da vida eterna.

Como diz o antigo ditado árabe: "confie em Deus, mas amarre o seu camelo", não esperemos que Deus faça a nossa parte por nós. Porém ao fazermos nossa parte, estaremos nos ajudando, e por consequência, o "céu" também nos ajudará.





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