Os tormentos voluntários

Muito já debatemos aqui no blog de que o homem é quem cria o seu próprio destino. Hoje trazemos esse texto do evangelho que corrobora com essa visão:

"23 – O homem está incessantemente à procura da felicidade, que lhe escapa a todo instante, porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. Entretanto, apesar das vicissitudes que formam o inevitável cortejo desta vida, dele poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa. Ma ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa curiosa, parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar.

Haverá maiores tormentos que os causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não existe repouso: sofrem ambos de uma febre incessante. As posses alheias lhes causam insônias; os sucessos dos rivais lhes provocam vertigens; seu único interesse é o de eclipsar os outros; toda a sua alegria consiste em provocar, nos insensatos como eles, a cólera do ciúme. Pobres insensatos, com efeito, que não se lembram de que, talvez amanhã, tenham de deixar todas as futilidades, cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, pois os seus cuidados não têm compensação no céu.

Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar para cima de si mesmo, vê sempre os que possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não inventa necessidades absurdas, e a calma em meio das tormentas da vida não será uma felicidade?"
FÉNELON - Lyon, 1860

(O Evangelho segundo o espiritismo, capítulo 5, item 23)

O homem de fato poderia ser muito mais feliz se não buscasse a felicidade nas coisas perecíveis. Enquanto colocarmos a nossa felicidade naquilo que é material, estaremos nos apoiando em algo perecível e inconstante, que nos causa angústia, estresse e aflição. Como seremos felizes com esses sentimentos?

Quando buscamos a felicidade na paz interior, na vontade de ser útil ao próximo (sem esperar nada em troca), na realização pessoal de sermos pessoas melhores e corretas (sem nos vangloriamos disso) e principalmente amando e espalhando amor aos que nos cercam, aí sim estaríamos nos apoiando em algo sólido e constante, que não traz aflições e preocupações.

E para quem duvida disso, que faça o teste: por um mês, procure ajudar ao máximo de pessoas possíveis. É muito fácil, todo mundo sempre precisa de algo: um abraço, um conselho, um ouvinte, alguém pra ajudar a fazer um reparo na casa, um sanduíche, ajuda para largar um vício, etc, são coisas tão simples e banais que não ajuda quem não quer. Existem sempre mil oportunidades todos os dias.

Mas ajude sem esperar ser notado, sem esperar receber algo em troca, sem esperar agradecimentos. Haja discretamente e não alardeie suas ações. Verás que ao final do dia sua consciência estará feliz, pois fostes útil para várias pessoas.

Portanto, o tempo que perdemos vendo todo o tipo de besteirol na TV, podemos separar 5 minutos e ligar para uma pessoa que não falamos a muito tempo. Principalmente, ligar para um idoso. Provavelmente, você será a única pessoa a conversar com ele o dia todo.

Pense nisso.

Se tudo dá errado, é hora de mudar os métodos.

Se as coisas não estão boas, é hora de tentar novas fórmulas.

E não esqueça: o seu futuro (feliz ou infeliz), é você quem faz.


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