A família

Existem dois tipos de famílias: a família terrestre e a família espiritual.
A família espiritual é aquela que nos une pelos laços de simpatia.

São aqueles irmãos, encarnados ou desencarnados, com os quais temos uma inexplicável atração: mesmas idéias, mesmos gostos, mesmos interesses e com os quais nos relacionamos incrivelmente bem. Com eles, a empatia se torna fácil e as amizades florescem. Muitas vezes nem são membros da nossa família terrestre: são amigos, vizinhos, colegas de trabalho.

Estão espalhados, cada qual seguindo a sua jornada. Mas pela forte atração que existe entre nós e eles, sempre acabamos nos encontrando em um lugar ou outro.


Já a nossa família terrestre, é o grupo em que encarnamos quando voltamos à Terra. É uma preciosa escola de convivência e a instituição primária dos resgates espirituais.

Cada indivíduo encarna somente naquela família que ofereça todos os requisitos para a missão que deve cumprir aqui na Terra. A família é o primeiro grupo do qual fazemos parte, e o único do qual não podemos nos desfazer. Isso nos obriga a termos que lidar com essa família durante toda a nossa encarnação.

Dentro da família temos sempre os nossos preferidos, temos aqueles que não gostamos e aqueles para os quais somos indiferentes.

Os nossos desafetos, aqueles com os quais não nos relacionamos bem, são quase sempre espíritos com os quais temos algum débito.

São aqueles que em outra encarnação nós prejudicamos de alguma forma: roubando, matando, enganando, traindo ou de qualquer outra maneira. E são propositalmente colocados por Deus em nossas vidas para que possamos nos reconciliar e eliminar as intrigas do passado. Esses conflitos normalmente vem desde várias encarnações no passado.

Quando iniciamos o nosso aprendizado espírita, onde aprendemos que nosso objetivo na Terra é o de nos tornarmos melhores e fazer o bem no limite de nossas forças, amando ao próximo como a nós mesmos e tratando-o como gostariámos de ser tratados, percebemos que é nosso dever reconciliarmo-nos com todos os nossos desafetos, começando na própria família.

E sabendo que é  difícil conviver com esses familiares que temos uma relação conflituosa, Deus põe ao nosso lado aqueles familiares com os quais temos uma afeição enorme. São aqueles que são nossos familiares não só nos laços de sangue, mas também espiritualmente. Eles nos dão força e amparo para lidarmos com as adversidades e seguirmos progredindo.

Ao começarmos a tratar aquele desafeto como gostariámos que fôssemos tratados, procurando perdoar e ter tolerância, podemos nos frustrar em não perceber a mesma receptividade por parte da outra pessoa.

Vale então lembrar que a benevolência não age esperando algo em troca.

Aquele familiar que não vai com a nossa cara, ele também tem livre arbítrio assim como nós e pode escolher ou não se reconciliar.

Não podemos esquecer que aquele que hoje me trata mal e me prejudica, provavelmente já foi minha vítima em outras encarnações.

Agir pelo caminho do bem, do perdão e do amor ao próximo faz parte de nossa evolução íntima e nos torna mais felizes.

Cultivar o ressentimento e a mágoa dentro de nós é como manter um veneno correndo nas veias: cedo ou tarde isso nos prejudicará muito.

Mas com o perdão, a tolerância e principalmente o amor, conseguimos extinguir esses maus sentimentos de dentro de nós, nos tornando assim puros como um copo de água límpida.

Se o nosso desafeto não deseja nos perdoar, é uma escolha dele. Se vamos manter a inimizade ou purificar a nossa alma, é uma escolha nossa.

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