O suicídio

No post anterior, falamos sobre a bênção que é a reencarnação.

Hoje falaremos de um dos atos mais danosos (senão o mais danoso) que um encarnado pode cometer: o suicídio.

Imaginemos um jovem pobre que deseja muito cursar uma faculdade, mas não tem condições para isso. Mas então um senhor generoso, vendo a situação do rapaz, decide custear seus estudos na melhor faculdade da cidade. O jovem começa bem, mas logo no segundo semestre, deslumbrado pelas festas e divertimentos mil, acaba dando cada vez menos prioridade às aulas, até por fim abandonar o curso. Não achararíamos uma tremenda estupidez e ingratidão por parte do jovem, que recebeu todos os recursos do senhor generoso e os botou no lixo?

Da mesma maneira procede com a nossa vida.

Deus, nosso onipotente criador, percebendo o nosso arrependimento pelos erros do passado, nos dá uma nova chance de nos redimirmos, através de uma nova encarnação, nos matriculando na grande escola da Terra, arcando com todas as nossas necessidades espirituais.

Aqui chegados, começamos bem, mas logo nos deslumbramos por esse "mundo novo" e suas diversões, acabando por esquecer do propósito de aqui estarmos. Até que resolvemos encerrar com nosso estudo aqui na Terra, encerrando por conta própria a nossa vida.

Não é também uma grande estupidez, uma grande ingratidão e um grande desperdício?

Certamente. Mas o suicídio acontece em sua maioria pela ignorância do espírito, que imagina que abreviando a sua vida, estará liberto de todas as dores, dificuldades, problemas e cobranças. Grande engano...

O infeliz ignorante que pensa desse modo, adquire uma dívida enorme para si mesmo, necessitando de muito tempo de expiação e arrependimento até que possa receber uma nova oportunidade. Somente quando tiver expiado até a última parcela de seu erro e somente quando tiver arrependido-se de todo o seu ser, é que será novamente merecedor de uma nova chance.

Provavelmente agora, você já percebe a gravidade do ato. Mas o que falta perceber, é como se dá o suicídio:

A - Suicídio direto: é aquele que acontece quando um indivídio decide, em um ímpeto, dar fim a própria vida, o fazendo de maneira abrupta, através de saltos, enforcamentos, tiros e envenenamento. Este com certeza é o pior tipo de suicídio.

B - Suicídio indireto: não menos grave que o suicídio direto, é aquele que acontece "parceladamente", com a somatória de várias atitudes auto-destrutivas (ou a repetição constante de uma) cometidas pelo encarnado. Listaremos as principais abaixo, seguidas de breve descrição.

- Alcoolismo e uso de drogas: agridem fortemente o corpo, enfraquecendo-o e consumindo muita energia vital para a recuperação do mesmo, após a exposição à toxina. Como se isso não bastasse, altera o estado de consciência do indivíduo e sua percepção das coisas, fazendo com que a mais simples das tarefas possa tornar-se fatal para si e para outrem. O ato de dirigir embriagado, por si só já caracteriza a intenção de suicídio, mesmo não havendo um acidente.

- Vício em cigarros, medicamentos e estimulantes: agridem o corpo lenta e continuamente, forçando-o a operar de maneira anormal, para satisfazer ao vício do usuário. Desgastam progressivamente a energia vital, que é consumida em excesso devido às necessidades do corpo que opera em anomalia.

- Sexo desenfreado: aquele que vive pensando em sexo 24h por dia e executando-o ao máximo possível, desgasta muita energia vital. No momento do sexo, são empregadas grandes quantidades de energia, a fim de gerar vida através da concepção. Sabemos que o sexo não é praticado somente com fins de reprodução, e a prática moderada e com bom-senso não causa desperdícios energéticos. Entretanto, quando o indivíduo entrega-se à promiscuidade, beirando (ou atingindo) a ninfomania e demais distúrbios, é como se comprasse pilhas novas para uma lanterna e mantivesse-a permanentemente ligada. Ao fim de não muitas horas, já haveria extinguido-se a carga das pilhas. Esse indivíduo extingue da mesma maneira sua energia vital, causando colapso ao corpo e à alma.

- Raiva e maus sentimentos guardados: também agridem lenta e progressivamente o corpo, provocando estresse e com isso causando mau funcionamento dos órgãos. Como já foi dito antes, consome então muita energia vital, na tentativa de reparar a saúde do corpo que opera em anormalidade.

- Depressão: é causada pela somatória de vários outros distúrbios, e se não tratada a tempo, já foi comprovado pela medicina que causa a morte.

Esses são só alguns exemplos de suicídio indireto, contendo muitas práticas que fazemos e nem imaginamos a repercussão delas em nossa vida, e nem mesmo que se tratam de um suicídio "parcelado". Podemos perceber então que a moderação no agir e a libertação dos vícios são essenciais para evitarmos o suicídio e irmos então de encontro à maneira correta de agir.

Agora, imaginemos a somatória de várias dessas condutas! E não é difícil ver isso em nossa sociedade. É necessário mudarmos nossa postura, afim de não sermos como aquele jovem que desperdiçou a valiosa oportunidade, e que certamente, lamentará por muito tempo por sua imprevidência.

OBS:
Energia vital é a energia que temos disponível para esta encarnação. Ela é limitada e deve ser usada com sabedoria. Os orientais referem-se a ela como Ki ou Chi.

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